sábado, 22 de novembro de 2008

Dois sábados diferentes

Há uma semana atrás eram 8:30 e estava eu a andar a pé em direcção ao escritório. Desde as 9:00 até as 12:30 estive retido para tratar de assuntos pendentes da semana e preparar a semana seguinte. A chefe dá as orientações necessárias e pede trabalho feito. Dou datas de previsão da conclusão de trabalhos mediante aquilo que posso fazer e que podem fazer por mim.

Chegada a hora de almoço tenho ainda tempo de visitar 2 ginásios e optar por aquele que fica na Ilha de Luanda. (Até hoje, passada uma semana, ainda só fui uma vez!) Depois do almoço fomos ver uma casa pre-fabricada para analisar a qualidade do material. Deu para comprovar que o polivan estava bem montado dando pancadas introduzindo dinâmica no painel. Risada gerak pelo sucedido! Depois disso creio que vim para casa cuidar da roupa...lavar uma e estender outra máquina para passadas umas horas a apanhar (aqui o clima é tão mau que permite que as pessoas estendam uma máquina de roupa e passadas algumas horas a roupa esteja seca). Recebo uma mensagem para ir a uma jantarada. Decido aceitar. Tenho ainda tempo para ver a vitória do Porto e o início da derrota do Sporting contra o Leixões!!! Fui até casa da Sra. Jornalista onde encontrei pessoal de diversas nacionalidades e distintas áreas de negócios. Uns a trabalhar por contra própria e outros a serem treinadores de futebol, passando por sub-contratados de petrolíferas até à malta da construção. Havia noruegueses, romenos, franceses, brasileiros, colombianos, espanhóis, angolanos, portugueses, bulgaros... e elas também! Depois de jantar ainda fomos até ao PUB – Chill Out onde conheci mais uma colega de faculdade há 3 meses em Angola! Mais malta conhecida e mais um copo, mais animação e mais outro. Trocam-se uns contactos e regresso a casa pois o despertador tinha hora marcada para as 9:00.

Eram nove e trinta e tal e recebo uma chamada a perguntar se já estava pronto. Um colega tinha-me convidado para ir comer carne de caça! Rapidamente me arranjei e desci do 1º andar mesmo em jejum! Fomos buscar um outro colega de outras paragens; (num bairro que quando chove não se circula lá dentro dada a quantidade de lama criada)! Apanhamos um 4º elemento e lá fomos ate à Ecocampo. Almoçamos das 13:00 até as 23:00. Até parece mentira mas é verdade (tirando os curtos minutos que adormeci no sofá devido ao cansaço.). Terminado o jantar no qual não entro em grandes descrições: tinha carne de cordeiro, muito camarão, alguma cerveja e um café que teve a desgraça de não me ser servido. Estava eu a misturar a chávena com um pouco de café e uma gota àgua. Fiquei com uma queimadura no braço devido à queda da tampa do bule e o derrame de toda a agua a ferver... Altas dores e um forte trincar de dente. -Põe vinagre!! - gritava um – É melhor gelo! -retorquia outro. Mas o melhor para aliviar a dor era manter a mão sob agua fria corrente. Quando a tirava parecia que estava a arder. Um telefonema distinto a meio da tarde deixa uma colega assustada quando lhe transmito: estou numa casa particular não sei bem onde, perto de Cacuaco, num quarto com 3 espingardas e vou para casa de boleia não sei a que horas! Não era minha intenção preocupar a amiga mas a fraca ligação telefónica e a voz trémula fez com que isso acontecesse. Pelas 24h dormia profundamente em meus lençois.

E mais outro Sábado.

Hoje o dia foi dedicado ao trabalho. Fui de boleia com uma colega até a sede de uma empresa do Grupo. Encontrei o meu carro mas antes de sair para o escritório ainda encontrei um anterior colega de trabalho para trocar umas impressões sobre o andamento dos afazeres. Vou até ao escritório onde troco impressos com a chefia e mando uns e-mails e imprimo uns elementos. Saio em direcção ao Cacuaco pelas 10:30. Chego à zona da Mulemba e deparo-me com um engarrafamento enorme. Trabsito literalmente parado. Não andei um metro em 40 minutos. Este tipo de engarrafamentos é susceptivel de assaltos e resguadei-me para o interior de um complexo existente. Ainda pensei em almoçar por lá e ir mais tarde... mas acabei por encarar o engarrafamento e almoçar com os colegas em Cacuaco. Depois fomos ver as duas obras de reparação das casas. Na Ecocampo e na CAOP vi o devagar-devagarinho da sinfonia de Angola. Tudo soava a lentidão e demora! Nenhuma das músicas era de agrado dos meus ouvidos e fomos de regresso ao PTC. Delineamos quais os principais trabalhos a efectuar e os prazos respectivos...Conversa entre conversa e um desabafo daqui e outro dali... A VIDA É UMA DÁDIVA que temos de ter a capacidade de saber agradecer. De ver o que existe à nossa volta e ter a percepção de como somos privilegiados face a uns e uns coitados face a outros. Fácil é ter uma perspectiva negativa e dizer que somos sempre coitados..outra perspectiva é lutar diariamente para que possamos ser sempre melhor! Quero pertencer sempre ao 2º grupo mas por vezes sinto-me conformado com a minha incapacidade de mudar certas ocorrências que me rodeiam. Mesmo assim tento tirar as melhores ilações do sucedido para não tornar a repetir o erro.

Termino reforçando a ideia de que a A VIDA É UMA DÁDIVA e que devemos aproveita-la!

Agora vou tomar um banhinho para ir jantar à ilha e abanar um pouco o capacete. È fim de semana e tenho de aproveitar.

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