quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Pois é! Quase nos 2000 visitantes e de muitos lados do mundo.. Senti que hoje deveria partilhar uma frase:
"Viver é facil, o dificil é saber viver!" que vai de encontro ao que muita gente faz e quando se da conta já era ou já passou onde fica o recado de que "É preciso viver, não apenas existir!".
Permanecer aqui em Angola é um grande desafio. Maior ainda é o de uma pessoa se sentir feliz e realizada. Há momentos em que isso acontece. Fica o objectivo de aumentar esses momentos e recriar outros mais.
Façam o mesmo quando sentirem que a agua parou de correr na cascata pois o moinho não pode parar...

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Fotos da Luanda-Namibe-Luanda

Viagem Luanda Namibe

Vou aqui partilhar convosco uma viagem cheia de emoções fortes e adrenalina a vários níveis. Na madrugada de dia 2 de Fevereiro partimos de Luanda em direcção ao Namibe. Eram cerca das 2 horas e estávamos reunidos na Sede da MA com as malas cheias de entusiasmo e ainda umas garrafitas de Smirnof que tinham sobrado da curta passagem pelo Bayin. Pelas 2:30 arrancaram duas viaturas: uma carrinha Mazda com 4 passageiros e um toyota Landcruiser com mais 3, dado que a restante comitiva estava ainda no vale dos lençóis e não dava noticias… O Eduardo tomou a dianteira e saiu disparado chegando à ponte do Kwanza em menos de 1 hora. Nessa altura a Ana dormia….Chegamos ao Sumbe (329 km) pelas 5:55 da manhã e “visitamos” a cidade de carro. Paramos para esperar pelos restantes veículos e juntaram-se a nós mais 1 LandCruiser e um Nissan. Reabastecidos os depósitos dos jipes e os estômagos, arrancamos a ferros uns cafés do empregado da cafetaria. Só duas horas depois é que estávamos a sair do Sumbe, eram já 7:58. Pelas 11:07 após 556 km de estrada em boas condições, chegamos a Benguela e encontramos o Xico com a sua carrinha Toyota e o Paulo com o Toyota Prado. Um pouco mais à frente fizemos uma nova pausa para reabastecimento do estômago com presunto, frango assado, batatas frita, muita fruta, cucas, gasosas, pão e agua! Com 5 carros a rolar na estrada e a ultrapassarem-se uns aos outros, as coisas ainda se tornaram mais bonitas quando a estrada acaba e começa a picada. Não houve Lisboa-Dakar mas tive o privilégio de participar no Luanda-Namibe-Luanda! Era lama, pó, saltos, agua a tornar a visibilidade nula após a passagem de uma poça…adrenalina pura! Pelo km 694 temos um pequeno toque que deu origem a que o outro jipe rebentasse o pneu. Tivemos que “emprestar” o nosso suplente para deixar de ouvir o rapaz e prosseguir a viagem. Mais à frente outra cena de cortar a respiração…o Prado tinha ficado pendurado no talude de escavação apenas com duas rodas. Tivemos de pedir socorro a um Toyota VX equipado com guincho que passava pela zona e a um Hummer H2. Na 1ª tentativa ainda se partiu um cabo de aço mas com a ajuda de uma cinta o VX “sacou” o Prado do talude. Às 20:28, depois de passar por muita chuva e andar por muita lama, chegamos ao Lubango (922 Km).
Quando nos preparávamos para descer a Serra da Leba deparamo-nos com um cenário difícil de descrever. Existia uma cortina de nevoeiro à nossa frente e ninguém se sentia com vontade de a atravessar. Equacionamos a hipótese de voltar para trás mesmo tendo o Hotel já reservado no Namibe. Felizmente apareceu um rapaz da zona que ia atravessar a Serra e regressar a casa. Lá avançamos com os 4 piscas ligados a uma velocidade de 10 a 20 km/h. Para não dar o sono ao condutor (eu) os meus companheiros de viagem fizeram o esforço de cantar umas musiquinhas. Foi tempo de relembrar o tempo da escola com o “Atirei o pau ao gato!”; “O elefante que chateia muita gente!”, entre outros e ainda o tempo da faculdade com o “Estou a estudar para Eng.!”…Depois de muito esforço e passados 1.112 km chegamos ao Namibe pelas 24:28, já dia 3 de Fevereiro. À nossa espera o Xico tinha preparado uma travessa cheia de caranguejos, um coelho do monte e um leitão. Foi de comer e chorar por mais… “Com um pouco de esforço até eu me conseguia habituar a esta vidinha!” dizia eu entre as gargalhadas dos demais presentes….exaustos, os 23 aventureiros pernoitaram no Hotel Moçamedes e num complexo de bungalows. Os dias 3 e 4 foram passados a visitar as redondezas e o deserto do Namibe com o Oásis no seu interior. Paisagens indescritíveis que nem as fotos transportam o seu verdadeiro esplendor. Foi nesse local que comi a melhor Manga até hoje…apanhada do chão, madura, suculenta, descascada com os dentes, boa, mesmo boa!...
Estou a compilar as fotos dos 4 dias de aventuras que colocarei no post seguinte!